O deputado estadual Carlos Lula fez duras críticas à postura da mesa diretora da Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema). Durante discurso inflamado na tribuna, ele repudiou a decisão de restringir o acesso do público à casa, que, segundo ele, é um espaço democrático destinado à participação popular.
Nesta quinta-feira, 21, o parlamentar destacou que diversas entidades enfrentaram dificuldades para entrar na Alema, um fato que considera inaceitável. Para Carlos Lula, alegar questões de segurança para justificar as restrições é um argumento frágil e inconsistente.
”Isso aqui é a casa do povo”
Durante seu discurso, o deputado foi categórico ao afirmar que a Assembleia tem demonstrado medo do povo e da democracia. ”Essa galeria era pra estar cheia hoje. Não faz sentido criar obstáculos para a presença das pessoas nesse parlamento. A gente tá aqui pra ser aplaudido, vaiado, criticado. Isso faz parte da democracia”, disse.
Ele ainda lembrou que, em 200 anos de parlamento, nunca viu atitudes tão antidemocráticas.
“Postura pequena, equivocada, ditatorial. Essa casa precisa entender que ouvir o diferente é essencial. Não há justificativa para portas fechadas e procedimentos burocráticos que impedem o acesso ao público.”
Sistema fora do ar e burocracia excessiva
Além do impedimento ao público, Carlos Lula também criticou falhas no sistema interno da Alema, como a interrupção do Sistema de Formalização de Emendas (SFE), o que, segundo ele, prejudica os trabalhos legislativos. Ele questionou a recorrência desses problemas e insinuou que isso pode ser usado como desculpa para dificultar o protocolo de emendas.
O parlamentar relatou ainda a dificuldade enfrentada por jornalistas para acessar os gabinetes.”Demoraram quase 40 minutos para liberar um jornalista que queria me entrevistar. Isso é um desrespeito à liberdade de imprensa e à transparência que o parlamento deve ter”, denunciou.
Democracia em risco
Carlos Lula encerrou sua fala reafirmando o compromisso com a defesa da democracia e da participação popular.
“A Assembleia é do povo e para o povo. Não faz sentido essa casa fechar suas portas. A crítica, a divergência, o debate fazem parte do parlamento. Não podemos ter medo disso.”